A Nokia revelou nesta semana uma simplificação do seu modelo operacional, adotando duas áreas-chave e uma estratégia voltada à modernização de redes com foco em Inteligência Artificial (IA). As mudanças entram em vigor a partir de 1º de janeiro de 2026, quando a empresa reorganiza sua operação em Infraestrutura de Rede e Infraestrutura Móvel.
A nova estrutura estabelece dois segmentos distintos: a Infraestrutura de Rede, que agregará três unidades de negócio — Redes Ópticas, Redes IP e Redes Fixas — e continuará sob a liderança de David Heard; e a Infraestrutura Móvel, que reunirá Redes Centrais, Redes de Rádio e Padrões de Tecnologia, com atuação para impulsionar redes nativas em IA e a tecnologia 6G. A gestão da divisão móvel ficará, de maneira provisória, com o CEO Justin Hotard.
A Nokia também anunciou a criação da unidade Nokia Defense dentro de um modelo de incubação, com foco em pesquisa e desenvolvimento na área de defesa. A empresa aponta oportunidades nos Estados Unidos, Finlândia e em outros aliados para oferecer soluções militares baseadas em suas tecnologias de rede e móvel.
Outra mudança envolve a reunião de áreas consideradas não essenciais para o futuro da empresa na unidade de Portfólio de Negócios, que reunirá setores como rádio micro-ondas, implementação de sites e planta externa, entre outros.
Entre as prioridades para 2026, a Nokia aponta cinco caminhos: acelerar IA e nuvem; liderar a nova era da conectividade móvel com redes nativas de IA e 6G; ampliar a inovação com clientes e parceiros; concentrar capital onde a empresa pode se diferenciar; e destravar retornos sustentáveis. No aspecto financeiro, a empresa projeta lucro operacional de 2,7 bilhões a 3,2 bilhões de euros até 2028, com a Infraestrutura de Rede crescendo a uma taxa anual composta (CAGR) de 6% a 8% entre 2025 e 2028 e margens de 13% a 17% até 2028. Para a Infraestrutura Móvel, a Nokia espera margens brutas de 48% a 50% até 2028, com início de lucro operacional em torno de 1,5 bilhão de euros e expansão subsequente.