Representante da Itaipu Binacional, Jackson Querubim, afirmou nesta quinta-feira, 30, durante o Brasil Ciberseguro 2025, em Brasília, que o avanço de data centers e das aplicações de inteligência artificial no Brasil exige planejamento de médio e longo prazo. “É necessário um planejamento, porque dependendo da origem da energia — e a maioria demanda anos para você ter essa previsão — é preciso avaliar a capacidade futura de atendimento”, destacou.
Segundo ele, a instalação de grandes centros de dados representa um novo tipo de consumo, concentrado em áreas pequenas, o que pressiona a infraestrutura de transmissão e distribuição. Por isso, a localização dessas unidades precisa ser considerada em conjunto com o planejamento de geração e transporte de energia.
O executivo ressaltou que data centers são pontos de consumo muito grandes, em áreas reduzidas, gerando estresse na chegada de energia ao local. “É preciso planejar bem para não haver sobrecarga na rede”, disse, destacando que outras regiões já integram fontes renováveis — solar, eólica, geotérmica e energia das ondas — para alimentar data centers, caminho que o Brasil pode seguir.
“Quanto mais próxima for a geração do local de consumo, menor será o impacto de eventuais sobrecargas. O desafio é aproveitar as energias renováveis ao máximo e preparar a infraestrutura para esse novo tipo de demanda”, afirmou.
Querubim também advertiu que a expansão da IA tende a elevar a demanda energética do setor tecnológico, levando empresas a buscar reservas de energia para seus projetos. “A instalação de data centers é o grande volume de uso da IA, e o consumo é considerável. Sem planejamento, pode haver disputa por energia entre setores”, alertou. A sugestão é intensificar a coordenação entre governo, setor elétrico e empresas de tecnologia para evitar gargalos e disputas, fortalecendo ainda a cooperação público-privada em cibersegurança e compartilhamento de informações estratégicas.
