A Inteligência Artificial não trará um apocalipse de empregos, mas deverá provocar um caótico redesenho do mercado de trabalho entre 2028 e 2029. Segundo o Gartner, mais de 32 milhões de empregos precisarão ser reconfigurados a cada ano, com impactos em várias indústrias.
De acordo com Helen Poitevin, vice-presidente analista emérita do Gartner, a transição envolverá a requalificação de cerca de 150.000 vagas por dia, enquanto outras 70.000 precisarão ser reescritas e redesenhadas. Ela alerta que líderes executivos devem planejar investimentos e metas em IA para antecipar e gerenciar essas mudanças.
O objetivo, ressalta a executiva, não é eliminar trabalhadores, mas redefinir o trabalho como adaptável, criativo e profundamente humano, em que IA e pessoas coexistam de forma colaborativa. “AI-first funciona quando é, antes de tudo, people-first”, afirma Poitevin.
Entre os cenários em vista, estão: (1) menos pessoas executando tarefas que a IA não pode fazer; (2) negócios AI-first com menos trabalhadores, representando um modelo autônomo; (3) muitos trabalhadores usando IA para trabalhar melhor mantendo o mesmo tipo de tarefa; (4) muitos trabalhadores inovadores combinando IA para transformar o trabalho. Esses cenários apontam caminhos diferentes para setores como atendimento ao cliente e medicina personalizada.
Para enfrentar a mudança, o Gartner recomenda que líderes empresariais invistam em IA de forma planejada, com foco na requalificação contínua, redesenho de funções e fortalecimento de competências humanas, para que a colaboração entre humano e máquina seja eficaz e sustentável.