O Google acompanha de perto a discussão sobre regulação de cabos submarinos no Brasil e reforça a necessidade de cautela com modelos centrados no Estado, defendendo incentivos à descentralização da infraestrutura e um processo de licenciamento mais simples.
Durante o IX Fórum 19, em São Paulo, o executivo Michael Freitas Mohallem, da Google Cloud, afirmou que a pauta envolve o governo federal e o Congresso, com o Redata impulsionando regulações para atrair data centers. “É um bom momento. Os investimentos em data center vão fomentar a ampliação de infraestrutura de cabos no Brasil”, disse Mohallem.
O Google também reforçou a preocupação com uma regulação desnecessária e com a possível vinculação entre incentivos a cabos e a descentralização. Segundo Mohallem, o estímulo é bem-vindo, mas o Estado precisa reconhecer a necessidade de investimentos na rede terrestre para viabilizar a expansão.
O executivo ressaltou ainda a importância de priorizar empresas que já investem e visam mercados específicos, e questionou modelos de cabo estatal como o proposto pelo BRICS. A visão da Google é soberania obtida através de um ecossistema plural de operadoras, mantendo a rede privada e neutra, conforme destacado pelo executivo.
Na prática microeconômica, o Google também defende um balcão único que facilite o licenciamento de novos cabos submarinos no Brasil, reunindo Anatel, Ibama, Secretaria de Patrimônio da União, Marinha e prefeituras. A centralização das etapas seria vista como ganho de eficiência para a cadeia de infraestrutura.