Andrea Faustino, nova CTO da Ericsson para o Cone Sul, revelou uma visão para as redes do futuro estruturada em três pilares: a consolidação do 5G Standalone, o uso de APIs abertas e a aplicação de IA para automação das redes.
A executiva ressaltou que a função de CTO regional atua como elo entre tecnologia e mercado, conectando tendências com os objetivos financeiros das operadoras para apoiar a transformação das redes móveis em plataformas de serviços rentáveis.
No âmbito do 5G Standalone, Faustino observou que operadoras no Brasil e no Chile já avançaram da fase de cobertura para a monetização, buscando facilitar a conexão de aplicações em nuvem com a rede existente e exigindo maior uso de arquiteturas cloud native e migração de sistemas legados.
As APIs de rede, segundo a Ericsson, devem estimular novos modelos de negócio. A participação no Open Gateway, promovida pela GSMA, padroniza interfaces que permitem a developers acessar recursos como autenticação, localização e QoS com segurança. No Brasil, o uso de APIs para antifraude e autenticação é particularmente avançado, com potencial de escalonamento internacional.
A IA será aplicada em todas as camadas da rede — planejamento, operação, orquestração de recursos e oferta de serviços — para tornar a rede autônoma, eficiente energeticamente e com operações mais ágeis. Faustino citou redes autônomas baseadas em closed loop e destacou que a segurança precisará evoluir à medida que o perímetro de redes fica mais distribuído.
Entre as etapas da evolução, o 5G Advanced é visto como ponte entre o 5G SA e o 6G, com o 6G introduzindo conceitos de sensing e redes com intenção. Essa trajetória permitirá atender serviços com SLA personalizados em ecossistemas cada vez mais integrados entre operadoras, fornecedores e desenvolvedores.
No portfólio global, o Cone Sul mantém operação fabril em São José dos Campos (SP) e atividades de P&D no Brasil. A Ericsson afirma já estar incorporando IA em toda a linha de portfólio — da rádio ao core — posicionado-se como parceira tecnológica das operadoras e enfatizando que o objetivo é transformar o ecossistema de redes em algo mais inteligente e rentável, criando experiências personalizadas para clientes.