Em 2024, dados globais da PwC indicaram que 59% dos consumidores acreditam ter perdido o “toque humano” em interações com empresas, enquanto 72% afirmam que a tecnologia deve simplificar a vida, não torná-la mais complexa. Esse paradoxo expõe o dilema central da experiência do cliente: como escalar jornadas digitais com IA sem perder a empatia que conecta marcas e pessoas, conceito que muitos descrevem como CX Super-Humano.
Essa linha tênue evidencia que a tecnologia, quando bem integrada, pode ampliar a sensibilidade humana. Imagine um atendente humano recebendo, em tempo real, insights da IA sobre o histórico emocional do cliente, padrões de consumo e sinais de insatisfação captados pela análise de voz, mantendo o acolhimento e a tomada de decisão ética como prioridade.
Nos últimos cinco anos, o investimento em IA aplicada ao CX teve crescimento acelerado. A Gartner projeta que até 2026 80% das empresas terão incorporado IA generativa em operações de atendimento. No entanto, usados de forma isolada, esses recursos podem gerar experiências impessoais, com respostas genéricas ou falhas em cenários complexos.
O desafio não é escolher entre IA ou humano, mas orquestrar os dois em harmonia. A IA é capaz de identificar padrões invisíveis, antecipar necessidades e oferecer recomendações precisas, enquanto a dimensão humana continua indispensável para acolhimento, criatividade e julgamento ético, sobretudo em situações mais delicadas.
O conceito de CX Super-Humano propõe ecossistemas de experiência em que cada parte potencializa a outra. O futuro é híbrido: o cliente não quer escolher entre humano ou máquina, mas valoriza a agilidade tecnológica aliada à sensação de ser ouvido e reconhecido em sua individualidade. Nesse equilíbrio, a empatia deixa de ser obstáculo à eficiência e passa a diferencial competitivo, indo além de atender melhor: criar experiências que realmente importem.