Levantamento inédito da ConectarAGRO aponta que apenas 28% das áreas irrigadas com pivôs centrais no Brasil possuem conectividade 4G ou 5G, conforme mapeamento que abrange Minas Gerais, Bahia e Goiás. O estudo também indica que apenas 13% dos pivôs estão totalmente conectados, revelando um descompasso entre irrigação de precisão e internet disponível no campo.
O diagnóstico reforça um gargalo estrutural para a agricultura de precisão, especialmente nas regiões mais tecnificadas do país. “A conectividade rural é a chave para viabilizar a agricultura de precisão, ampliar a eficiência no uso da água e garantir rastreabilidade”, afirmou Paola Campiello, presidente da ConectarAGRO.
Expansão da irrigação e baixo nível de digitalização
O levantamento aponta que Minas Gerais lidera em área irrigada, com 559,6 mil hectares, mas apenas 26,5% conectados; Goiás aparece em segundo lugar, com 313,4 mil hectares e 24% de cobertura digital; enquanto a Bahia registra 294,3 mil hectares e apenas 17% conectados. Em polos consolidados, como o Oeste Baiano, os índices ficam abaixo de 16%.
Em contrapartida, estados do Nordeste apresentam melhores índices: Ceará registra 72% de cobertura, e Paraíba chega a 77%, impulsionados por polos como Jaguaribe, Petrolina e Juazeiro, onde irrigação e digitalização caminham juntas. São Paulo já conta com 53% das áreas conectadas, totalizando 247 mil hectares.
A ConectarAGRO defende que internet de alta qualidade nas áreas agrícolas seja tratada como infraestrutura essencial para a adoção de tecnologias IoT, automação e monitoramento remoto. O estudo lembra que redes 4G em 700 MHz continuam sendo o principal meio de cobertura de longo alcance no campo e ressalta a necessidade de parcerias entre operadoras, governos e produtores para expandir a conectividade no Brasil.