O engenheiro Marcius Vitale defendeu, em entrevista à TeleSíntese durante a Futurecom, que o enterramento das redes de telecomunicações pode ser financiado pela recuperação do cobre em cabos antigos que ainda estão em dutos e galerias subterrâneas. A proposta faz parte de soluções técnicas discutidas pelo SEESP para enfrentar o caos nos postes.
“Nada impede do gestor do poste fechar contrato com a elétrica e com a operadora para retirada desses cabos. A comercialização controlada do cobre paga todo o serviço. Não tem dinheiro novo, é uma solução técnica e economicamente viável”, afirmou Vitale.
Vitale ressalta que o custo médio do enterramento — incluindo dutos, caixas subterrâneas e recomposição do asfalto — fica entre R$ 4 mil e R$ 5 mil por metro, o que inviabiliza o projeto em larga escala. Por isso, propõe higienizar as redes aéreas primeiro, retirando cabos inservíveis e reordenando as fixações.
O engenheiro também defende a criação do “posteiro”, um gestor único por ponto de poste, que atuaria em nome da concessionária para organizar as redes e cobrar as empresas ocupantes, assegurando conformidade com a ABNT NBR 15.214 de compartilhamento de infraestrutura aérea.
Ainda segundo Vitale, o Ministério do Trabalho passou a exigir NR 1 com planos de gestão de riscos e, para fiscalização, defende uso de IA e câmeras em veículos para identificar irregularidades. Entre as alternativas técnicas, ele cita reaproveitar dutos antigos para microtubação de fibras ópticas, evitando obras de abertura de vias e transformando galerias em novos dutos para telecomunicações.