A Superintendência-Geral do Cade aprovou, sem restrições, a aquisição pela Vivo de 50% da FiBrasil, operadora de infraestrutura detida pelo CDPQ/La Caisse. O ato de aprovação foi publicado no Diário Oficial da União (DOU) em 24 de outubro de 2025. Caso não haja recurso ou avocação no prazo de 15 dias, a operação ficará definitivamente aprovada junto ao órgão antitruste.
A Anatel já concedeu sinal verde ao negócio, cuja avaliação é de cerca de R$ 850 milhões. A FiBrasil atua em 151 cidades de 22 estados, operando no modelo atacadista de rede neutra para serviços de banda larga e funcionando como uma joint venture entre Vivo e CDPQ desde 2021, com cada sócia detendo metade do capital.
Conforme o parecer da Secretaria-Geral do Cade, a motivação para a realocação de ativos pelo CDPQ envolve a liquidez de seus ativos, com a Telefônica (Vivo) mantendo o controle societário pela via da aquisição de participação total na FiBrasil. O estudo destaca sete cidades em que a Vivo possui market share superior a 30% no mercado de banda larga: Cachoeiro de Itapemirim (ES), Barra Mansa (RJ), Sete Lagoas (MG), Capanema (PA), Mineiros (GO), Guarapari (ES), Viana (ES) e Cachoeira do Sul (RS).
Apesar de a análise indicar uso quase cativo da rede pela operadora, o Cade afirma que a consolidação do controle da FiBrasil pela Vivo não teria, em si, incentivos para fechamento de mercado relevantes, não caracterizando riscos concorrenciais significativos para o setor de banda larga fixa.
O desfecho da operação depende de eventuais recursos, que, se não apresentados, podem levar à conclusão formal do processo nas próximas semanas, liberando a transferência de controle conforme previsto no acordo entre as partes.