Durante o Congresso Latinoamericano de Satélites, no Rio de Janeiro, o empreendedor Ruy Pinto, representando a startup finlandesa ReOrbit, afirmou que o Brasil precisa desenvolver um ecossistema espacial capaz de atrair investimentos e apoiar startups do setor.
Segundo Pinto, o país conta com mão de obra qualificada e capacidade tecnológica, mas ainda não consegue integrar o Estado e a iniciativa privada de forma eficiente para transformar esse potencial em resultados concretos.
“O Brasil precisa orquestrar o setor espacial e ter uma versão do network management system para gerenciar a capacidade instalada”, afirmou durante sua fala no evento.
Ele comentou também que o Brasil possui vantagens em setores como agropecuária e finanças, citando a Embraer como exemplo de sucesso tecnológico, e questionou: por que isso não acontece no espaço?
Pinto avaliou que o país ainda tem um gap tecnológico em relação a grandes players como China e Índia, mas acredita que essa lacuna pode ser fechada por meio de parcerias orientadas pela inovação. Ainda destacou a atuação em oportunidades como o D2D (device-to-device) e a necessidade de incentivos fiscais para fortalecer o setor.
Como referência, o executivo citou a Finlândia, país que permite a startups espaciais desenvolverem propostas competitivas, com uma abordagem horizontal. O modelo da ReOrbit, descrito por Pinto, envolve a entrega de satélites de pequeno porte que integram subsistemas de diferentes fornecedores por meio de software próprio, reduzindo custos e mantendo controle total sobre componentes e cadeias de suprimentos.
O evento reforçou a ideia de que o Brasil pode avançar por meio de parcerias centradas em inovação, com a visão de que o ecossistema espacial nacional seja capaz de atrair investimentos, acelerar startups e, eventualmente, alcançar maior soberania tecnológica no setor.