O superintendente de Outorga e Recursos à Prestação da Anatel, Vinícius Caram, defendeu que o Brasil trate as telecomunicações como serviço essencial em políticas de calamidade, citando as dificuldades enfrentadas por provedores no Rio Grande do Sul e destacando a centralidade das redes durante a pandemia.
Durante debate na Anatel, na segunda-feira, Caram ressaltou que a continuidade dos serviços depende da proteção da infraestrutura crítica e da interdependência entre água, energia e telecomunicações.
No que diz respeito aos data centers, ele afirmou que políticas públicas devem reconhecer que a operação digital requer insumos básicos cuja prioridade de fornecimento é crucial para manter serviços como bancos, saúde e governo funcionando em situações de crise.
Ao mencionar o PL 5003/25, Caram chamou a atenção para a necessidade de regulamentar o uso de recursos hídricos por data centers e para a dependência dessas estruturas em cenários de mudança climática.
Além disso, o dirigente informou que 62% do tráfego de dados do Brasil ainda é processado fora do país e defendeu uma política nacional de data centers que pulverize e regionalize a infraestrutura, reduzindo riscos sistêmicos e desigualdades de acesso. “Onde eu investir em data center eu trago crescimento, trago eficiência, trago retorno”.
Caram encerrou ressaltando a necessidade de avançar na certificação prevista pela Resolução nº 780/2025 e de integrar políticas de infraestrutura crítica ao planejamento nacional, assegurando que serviços digitais essenciais não sejam interrompidos em crises climáticas ou falhas setoriais.