As transformações no setor de telecomunicações pressionam as operadoras a repensar modelos de negócio e infraestrutura, com ênfase na atuação como plataformas as a service e na criação de hubs de serviços digitais, ao mesmo tempo em que avançam no objetivo de redes full autônomas (zero-touch).
Durante o Telco Transformation Latam, executivos destacaram que as redes autônomas, no nível 5 segundo o TM Forum, devem tornar-se realidade por volta de 2029, enquanto as operadoras latino-americanas ainda operam principalmente no nível 2. Atualmente, a automação é baseada em intenções de negócios voltadas para a experiência do cliente, com autocorreção e otimização em redes autônomas, conforme explicou Ralf Souza, vice-presidente executivo de negócios da Amdocs.
Entre as operadoras da região, a Vivo é citada como uma das mais avançadas, com a rede no estágio 3 e trajetória para o nível 4, no qual algumas tarefas passam a ocorrer de forma autônoma, mas ainda dependem de configurações de sistema. No estágio final, nível 5, as operações da rede seriam conduzidas por sistemas computacionais com base em modelos de intenção, como linguagem natural. “A digitalização é essencial para o time do market”, afirmou Souza.
Para Mauro Fukuda, diretor de Tecnologia, Estratégia e Arquitetura de Rede da V.tal, a automação desempenha um papel crucial na aceleração da entrega de serviços. “O modelo automatizado é essencial para uma rede neutra, permitindo o provisionamento de rotas que viabilizam o network slicing, com controladores e orquestradores de rede que utilizam IA”, afirmou.
Além disso, os executivos destacam que a automação também representa ganho estratégico para a área comercial, ajudando as operadoras a estruturarem ofertas como hubs digitais e plataformas de serviços, conectando infraestrutura de rede a ecossistemas de IA e serviços digitais para clientes.