O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) e o CPQD anunciaram o início do INSPIRE, um programa quadrienal destinado a aplicar inteligência artificial em serviços públicos, com foco na personalização e na melhoria da eficiência administrativa. O projeto está alinhado ao Plano Brasileiro de IA (PBIA), no Eixo 3, e recebe um aporte de cerca de R$ 390 milhões do FNDCT, sob gestão da Finep.
Segundo os organizadores, o objetivo é criar condições para que o governo possa atuar de forma mais proativa, integrando dados e serviços por meio da Infraestrutura Nacional de Dados (IND), também chamada de Base de Dados do Brasil. A iniciativa aposta na catalogação, qualificação e interoperabilidade de bases como CadÚnico, saúde e educação, elevando a precisão na concessão de direitos e reduzindo inconsistências entre silos de informação.
Entre as frentes previstas, está a criação de um Núcleo de Inteligência Artificial (NIA) com incubação de projetos, plataformas low-code/no-code, capacitação contínua, frameworks de uso ético e um observatório de resultados. Haverá ainda uma linha dedicada à cibersegurança e outra à qualificação de dados, para aumentar a confiabilidade das informações públicas.
Para Paulo Curado, diretor responsável pelo projeto no CPQD, a iniciativa combina tecnologia com soberania: as atividades incluirão plataformas de desenvolvimento de IA generativa, aplicações voltadas à qualificação de dados e à interoperabilidade entre sistemas, sempre com foco em segurança da informação, cibersegurança, ética e responsabilidade.
Um dos pontos iniciais do INSPIRE será o GovBR, com canais mais proativos e o uso de agentes conversacionais para interagir com o cidadão. Rogério Mascarenhas, secretário de Governo Digital do MGI, destacou que o objetivo é tornar o GovBR mais otimista e capaz de oferecer respostas de forma proativa, reduzindo falhas e fortalecendo a relação com o público.