O momento das operadoras de telecomunicações na América Latina é delicado, com o ciclo de controle de custos previsto até 2026, segundo Ari Lopes, analista líder da Omdia para as Américas.
A região ficou para trás no uso do 5G pela população, e hoje está à frente apenas da África no cenário mundial, segundo o analista, que participou da Telco Transformation 2025 no Rio de Janeiro.
Dados de infraestrutura evidenciam a disparidade: a Colômbia tem aproximadamente 1.500 sites 5G, a Argentina pouco mais de 1.000 e o Brasil soma cerca de 46 mil sites ativos. O Chile enfrenta uma guerra de preços que agrava o cenário e a Argentina ainda não iniciou de fato o 5G.
Para Lopes, as teles focaram em construir redes, mas falham na inovação e nos serviços que poderiam ajudar a monetizar o investimento. Ele afirmou ainda que a velocidade, embora relevante, não é suficiente; fora do Brasil, já ocorre o slicing da rede, e o B2B está mais adiantado no uso do 5G. Na região, ainda há muito por fazer.
Embora o 5G tenha avançado, a fibra óptica registra crescimento superior a 20% na região, com destaque para países que vão bem nesse segmento, enquanto Brasil e México enfrentam ciclos de maturidade. O analista enfatiza que as operadoras precisam ir além da conectividade, oferecendo serviços adicionais e explorando o papel da Inteligência Artificial, para acelerar a monetização. A mensagem é clara: não se pode desperdiçar o momento de transformação.