Durante o Congresso Latinoamericano de Satélites, no Rio de Janeiro, Marco Chamon, presidente da AEB, apresentou um novo modelo para o Programa Espacial Brasileiro (PEB). A proposta enfatiza a integração das capacidades já existentes em grandes missões, buscando otimizar recursos ao aliar infraestrutura, conhecimento e tecnologia desenvolvidos ao longo da trajetória do programa.
Chamon afirmou que o modelo atual “não é muito sustentável”. Ele ressaltou que a presença do Estado é fundamental, mas a sustentabilidade do PEB depende de tornar algumas alternativas, com participação do setor privado, mais amplas do que apenas o governo ser cliente.
A ideia é estimular parcerias público-privadas em que o Estado continue sendo cliente relevante, mas não único, para garantir o desenvolvimento da indústria nacional por meio do poder de compra brasileiro.
Sobre aplicações, o presidente destacou que o Brasil pode começar com foguetes pequenos e explorar constelações menores, com “poucas dezenas de satélites”, aproveitando o advento dessas tecnologias. Embora o governo não precise construir tudo, as empresas privadas dependem da infraestrutura do Estado para agir de forma eficaz.
O debate contou com a participação de Antonio Miguel Monteiro, do INPE, que afirmou que o Brasil não deve copiar modelos de potências como os EUA, China ou Europa. O foco deve ser um programa sustentável de observação da Terra para clima e ambiente do tamanho do nosso país, com o ciclo completo da missão — da construção à entrega de produtos prontos para uso e análise.