O impacto transformador da inteligência artificial no trabalho e nas organizações exige que empresas e pessoas se adaptem constantemente, um ritmo que contrasta com o desenvolvimento humano e organizacional, que avança de forma mais lenta. Beacraft ressaltou que a IA está mudando desde a execução de tarefas até a concepção de fluxos de trabalho completos e sistemas, levando ao surgimento de novas funções e papéis no mercado.
Durante o Dell Technologies Forum 2025, em São Paulo, o executivo apontou a rápida obsolescência das habilidades profissionais — com a meia-vida média de habilidades técnicas estimada entre 18 e 36 meses — e apresentou o conceito de “fluxo de habilidades”, no qual o valor das competências oscila conforme os avanços exponenciais da IA.
“Se você encara a IA apenas como uma ferramenta, está perdendo o seu potencial”, comentou Beacraft, explicando que ferramentas habilitam formas novas de realizar tarefas, enquanto a IA reescreve as regras do sistema e redimensiona o valor de tarefas e empregos dentro do ecossistema, moldando o ambiente de trabalho.
Num cenário de constante evolução, a adaptabilidade, a capacidade de aprender, desaprender e reaprender torna-se essencial em diversas funções. O CEO também discutiu o conceito de “generalista criativo”, destacando como a IA pode ampliar conjuntos de habilidades além das descrições tradicionais de cargos e impulsionar a criação de novos caminhos de carreira.
Organizações nativas de IA já utilizam a tecnologia para a reengenharia do trabalho e para o aprimoramento de habilidades e capacidades, sinalizando uma tendência de que as fronteiras entre funções se tornem cada vez mais fluidas à medida que a IA se integra aos processos organizacionais.