A inteligência artificial (IA) já se firma como motor central das estratégias de analytics nas empresas, de acordo com o relatório State of AI+BI Analytics Global 2025, encomendado pela Strategy (antiga MicroStrategy) à Dúnedain Research.
O estudo, que ouviu 235 líderes de dados e analytics em 38 países, incluindo o Brasil, aponta que 43% das organizações já utilizam IA para apoiar a análise de dados. Um terço das empresas está escalando o uso para múltiplos departamentos, e 24,3% planejam triplicar o acesso nos próximos 12 meses, elevando o índice para 30% da força de trabalho.
As motivações para adoção são claras: melhoria na tomada de decisões (56,2%), aumento da eficiência operacional (55,7%) e redução de custos (50,2%). Entre metas para 12 a 18 meses, destacam-se economia de custos (46,4%) e ganho de vantagem competitiva (41,7%).
Para os próximos três anos, 60,9% das organizações pretendem investir em ferramentas de analytics com IA, seguidas por dashboards de autosserviço (51,5%) e governança de dados com camadas semânticas (38,3%). Além disso, 70% das companhias avaliam ou já implementam assistentes virtuais de IA ou bots como parte de suas estratégias de dados.
O executivo Luis Lombardi, vice-presidente e country manager da MicroStrategy na América Latina, comenta que isso representa uma maturação tecnológica: “As empresas mais visionárias evoluem da Inteligência Tipo 1 (insights departamentais) para a Inteligência Tipo 3 (inteligência autônoma), na qual a IA não apenas apoia, mas antecipa decisões.”
Entre as organizações já com IA em analytics, 61,7% relatam impactos positivos nos resultados, com ganhos de produtividade (53,6%), redução de custos (48,9%) e satisfação do cliente (46,8%). As áreas mais beneficiadas incluem ciência de dados, TI, atendimento ao cliente, finanças e operações.
Desafios não faltam: conformidade regulatória é citada por 52% dos participantes, seguida por questões de custo (49%) e integração com sistemas existentes (41,5%). Ainda assim, 43,4% mencionam alucinações como obstáculo técnico, enquanto a confiança na precisão das soluções permanece em 65,9% entre os respondentes.
O relatório também ressalta que a adoção em larga escala depende de usabilidade: sistemas precisam guiar usuários sem exigir conhecimento técnico avançado. “Quem tornar a IA acessível ao maior número de colaboradores desbloqueará o valor comercial pleno da IA”, conclui Lombardi.