O uso de recursos de IA na cadeia de telecomunicações tem avançado para além da automação de processos e atendimento, com empresas do setor explorando casos de uso mais sofisticados. O movimento ficou evidente durante o TELETIME Tec, em São Paulo, quando executivos destacaram a necessidade de criar inteligência de ponta a ponta nas redes, em vez de se limitar a tarefas repetitivas.
Andrea Faustino, CTO da Ericsson no Cone Sul da América Latina, reforçou que, após investimentos expressivos na construção da 5G standalone (SA), a próxima etapa é monetizar a infraestrutura e oferecer serviços diferenciados, como o slicing, que entrega conectividade sob medida para diferentes necessidades.
Segundo Fred Andrade, fundador da Indigo Hive, a conversa sobre IA na prática já envolve automação, mas a ascensão de modelos de IA generativa pode exigir cognição para enfrentar problemas complexos. Ele advertiu que a curva de adoção costuma ter custos altos no início, e que grandes modelos de linguagem de uso geral podem não atender de forma ideal às demandas específicas do setor.
No curto prazo, a IA já está impactando call centers e atendimento ao cliente. Rodrigo Rescia, diretor de engenharia e tecnologia da Vero, destacou a personalização de abordagens e ofertas a partir da análise de interações com assinantes, além de soluções de IA voltadas à inteligência de mercado para orientar o crescimento da infraestrutura de rede. Na prática B2B, vê-se a possibilidade de oferecer IA as a service (IA como serviço).
A V.tal tem explorado IA internamente para soluções a nível de rua (street level solution, SLS). De acordo com Rafael Seifert, diretor de produtos e planejamento, a IA tem ajudado a prever a cobertura de equipamentos com um modelo de reconhecimento de imagem. O resultado é um aumento de até 40% na acurácia de instalação da infraestrutura, fortalecendo a assertividade em operações de campo.