A Hughes Satellite Systems Corporation (HSSC) publicou seu relatório do terceiro trimestre na última sexta-feira (14) e informou haver “substantial doubt” sobre a sua capacidade de continuar operando nos próximos 12 meses. O motivo central é a insuficiência de caixa para cumprir obrigações e a dificuldade de refinanciar compromissos de curto prazo, agravadas pela ausência de recursos da controladora EchoStar.
O documento destaca que a EchoStar não demonstra capacidade nem intenção de aportar recursos ou de quitar dívidas da Hughes. Mesmo a transação de US$ 17 bilhões envolvendo a venda de licenças de espectro para a SpaceX, estruturada pela EchoStar, não altera o quadro, pois os recursos não estão disponíveis para a subsidiária e a transferência de licenças só deve ocorrer em 2027.
Segundo o relatório, não há recursos disponíveis — em caixa, aplicações ou fluxo de caixa projetado — para cobrir necessidades de capital de giro, investimentos recorrentes, juros e vencimentos de dívida que vencem em 2026. Não há financiamentos comprometidos nem garantias externas que pudessem mitigar o risco.
A administração aponta ainda que, diante da impossibilidade de reestruturar dívidas, obter novos financiamentos ou receber capital da controladora, a proteção judicial sob o Chapter 11 (falência/recuperação nos EUA) é uma das alternativas sob análise, a ser avaliada segundo o interesse dos stakeholders.
No terceiro trimestre, a Hughes registrou receita de US$ 340,1 milhões, queda de 11,1% em relação ao ano anterior. A base de assinantes de banda larga diminuiu de 912 mil para 783 mil ao longo de 12 meses, com um prejuízo líquido de US$ 59,8 milhões. A empresa também reconheceu um impairment de US$ 10,6 milhões em decorrência da decisão de EchoStar e SpaceX sobre ativos e autorizações regulatórias.