Em coletiva de imprensa durante o Dell Technologies Forum 2025, em São Paulo, o presidente da Dell Technologies Brasil, Diego Puerta, destacou que a discussão sobre o Redata, a Medida Provisória que cria regime especial para data centers, precisa ser acompanhada de responsabilidade, com foco na geração de receitas e empregos a longo prazo, e não apenas na redução de impostos na importação.
Puerta apontou que o data center é, essencialmente, uma “obra de real estate” que, no fim das contas, não gera tantos empregos diretos. Ele também comentou sobre a matriz de energia elétrica, afirmando que, embora o Brasil tenha capacidade de geração limpa, a transmissão e a distribuição ainda são desafiadoras. “O Brasil gera energia de dia, mas data center usa também à noite”, disse, destacando a lacuna de transmissão necessária para suportar consumo diurno e noturno.
O executivo esclareceu que não é contrário ao Redata: vê a oportunidade, mas defende que o desenho do regime precisa priorizar a geração de empregos e divisas, e não apenas importar servidores para aproveitar a energia já produzida no país. “É quase um extrativismo moderno”, afirmou, ressaltando a necessidade de incentivar produção local e não depender apenas de mercado oriental.
Puerta relembrou ainda a atuação da Dell no Brasil, ressaltando que a empresa já investiu em infraestrutura de manufatura capaz de atender às ambições de longo prazo. Ele comentou que não há gargalos de fábrica e que a planta brasileira é uma referência global, conferindo vantagem competitiva à Dell no mercado interno; contudo, ele observou que a tributação no Brasil dificulta a competitividade para exportação.
Sobre o fim do suporte ao Windows 10, Puerta afirmou que a Dell dimensionou a demanda com precisão, dizendo estar satisfeito com o resultado, mesmo que a procura não tenha atingido as estimativas do mercado.