O relatório Facts and Figures 2025 da UIT aponta que a população online mundial atingiu 6 bilhões de pessoas em 2025, um aumento de mais de 240 milhões frente a 2024, representando cerca de três quartos da população global. Ainda assim, 2,2 bilhões permanecem desconectados, evidenciando que o desafio da inclusão digital não se resume ao acesso, mas à qualidade da conectividade.
No campo móvel, estima-se que existam cerca de 3 bilhões de usuários de 5G, o que corresponde a aproximadamente um terço da banda larga móvel, com cobertura que chega a 55% da população global. Contudo, a desigualdade é acentuada: 84% das pessoas em países de alta renda têm acesso ao 5G, enquanto apenas 4% em países de baixa renda dispõem do serviço.
Ao segmentar por renda, gênero e localização, as diferenças se mostram ainda mais pronunciadas: 94% das pessoas em países de alta renda usam a Internet, contra 23% em países de baixa renda; homens atingem 77% de conectividade, versus 71% entre as mulheres; áreas urbanas registram 85% de acesso, enquanto áreas rurais chegam a 58%.
A UIT também aponta que usuários de alta renda geram quase oito vezes mais dados móveis do que aqueles em países de baixa renda, destacando uma lacuna de qualidade que vai além do simples acesso. Embora o preço da banda larga móvel por dados tenha caído globalmente, permanece inacessível em cerca de 60% dos países de baixa e média renda.
Para transformar a conectividade em uma oportunidade realmente inclusiva, a UIT recomenda priorizar infraestrutura aliada a acessibilidade e a capacitação digital. “Alcançar essa visão exigirá esforços sustentados e bem direcionados – em infraestrutura, habilidades digitais e sistemas de dados confiáveis para políticas digitais eficazes”, afirmou Cosmas Zavazava, diretor do Bureau de Desenvolvimento das Telecomunicações da UIT.