O Cade decidiu ampliar a instrução do inquérito administrativo que apura possível abuso de posição dominante praticado pelo Google nos mercados de busca online e de notícias, com foco na suposta coleta não autorizada de conteúdo jornalístico de terceiros.
O processo, iniciado em 2019, investiga a exibição de conteúdos de terceiros nas plataformas Google Search e Google News, que poderia reduzir o tráfego orgânico de veículos de imprensa e comprometer a sustentabilidade do setor.
Por meio de despacho publicado em 28 de agosto de 2025, o conselheiro Diogo Thomson convidou a sociedade civil — associações, entidades de classe, organizações do terceiro setor, acadêmicos e demais interessados — a encaminhar subsídios técnicos e fáticos para subsidiar a análise.
Segundo o despacho, a prática investigada consistiria na coleta não autorizada de manchetes, trechos de notícias, imagens e avaliações extraídas de sites de terceiros e exibidos diretamente nos resultados de busca, potencialmente prejudicando portais jornalísticos e favorecendo o ecossistema do Google.
As manifestações terão caráter voluntário e informativo, sem ônus processual, e poderão incluir documentos, pareceres, estudos e análises. O Cade definiu um prazo de 30 dias para envio.
O órgão também elaborou questionários direcionados ao Google e a entidades representativas de veículos jornalísticos, abordando efeitos de mudanças de algoritmos, IA, remuneração de conteúdos e a relação entre busca e publicidade digital. As contribuições devem ser enviadas pelo SEI do Cade para integrar os autos oficiais.
Essa ação visa aprofundar o entendimento sobre potenciais efeitos concorrenciais das práticas do Google e subsidiar a decisão final do Tribunal sobre o inquérito.