Em viagens ao exterior, os brasileiros continuam optando pelo roaming internacional, mesmo diante de quedas de desempenho, segundo estudo divulgado pela Ookla, proprietária do Speedtest, em 26 de agosto de 2025. A pesquisa mostra que o uso de roaming segue sendo a preferência de muitos viajantes, especialmente quando comparado ao uso de redes Wi‑Fi locais.
Ao contrário de alguns vizinhos da América Latina, como México, Argentina, Colômbia e Chile, o turista brasileiro demonstra maior propensão a usar o roaming em redes 5G quando está fora do país, com destaque para os clientes da Claro. Ainda assim, o serviço móvel registra quedas de velocidade no roaming internacional.
Entre os destinos mais comuns para roaming entre os brasileiros, o relatório aponta Estados Unidos (24,4% do tráfego internacional de dados), seguido por Argentina (8,2%), Portugal (7%) e Paraguai (6,1%).
Em viagens aos Estados Unidos, a pesquisa aponta variações por operadora: 43,5% dos usuários da Claro conectam-se a redes móveis 5G no exterior, superando o uso de Wi‑Fi (41,3%). O roaming também envolve 4G (15,2%), elevando a participação de conectividade móvel para 58,7%. Já os clientes da Vivo apresentam maior parcela de uso de Wi‑Fi (46,4%), mas o conjunto 5G (41%) e 4G (12,6%) indica que o roaming móvel continua sendo a preferência (53,6%). A TIM, por sua vez, registra Wi‑Fi em roaming internacional em 52,5% dos casos, com 5G em 35,8% e 4G em 11,7%.
Por outro lado, o estudo ressalta uma tendência de queda de desempenho quando o usuário está fora do país. No Brasil, a Claro tem velocidade média de download de 170,8 Mbps, índice que cai para 80,4 Mbps no roaming internacional. A Vivo mostra 204,1 Mbps no Brasil, caindo para 46,9 Mbps no roaming. Não há dados disponíveis no relatório para a TIM sobre a comparação de velocidades.
O relatório também destaca mudanças no mercado de roaming: a saída da Telefónica de vários países da América Latina pode afetar contratos regionais, enquanto a expansão da tecnologia eSIM pode alterar as receitas com roaming, com usuários optando por planos locais ou regionais mais baratos. Ainda assim, a Ookla enfatiza que qualidade e cobertura continuam influenciando a decisão de usar roaming, e que operadoras fora da região monitoram de perto a construção de redes 5G na América Latina para manter clientes roaming conectados.