O Comitê de Financiamentos Externos (Cofiex) aprovou o pleito do Ministério das Comunicações (MCom) para captar até US$ 500 milhões destinados à implantação da TV 3.0, nova geração da televisão aberta no Brasil. O financiamento é articulado junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e ao Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD), ligado ao Banco Mundial, com a Secretaria de Radiodifusão (Serad) conduzindo a operação.
O recurso integra o Programa de Modernização da Infraestrutura de Televisão Aberta Brasileira para Inclusão Digital, permitindo que emissoras busquem linhas externas para modernizar seus parques tecnológicos e iniciar a transição tecnológica para o novo padrão.
Com a decisão, o processo segue para a Casa Civil encaminhar a Mensagem Presidencial ao Senado Federal, que deverá autorizar a contratação conforme a legislação vigente.
O ministro Frederico de Siqueira Filho afirmou que a TV 3.0 vai revolucionar a televisão brasileira ao introduzir interatividade e integração com a internet, afirmando: “Estamos trabalhando para ampliar as fontes de financiamento, garantindo que o maior número possível de brasileiros tenha acesso a essa nova forma de transmissão.” O ministro também ressaltou que o Brasil será pioneiro entre os BRICS e na América Latina.
O secretário de Radiodifusão, Wilson Diniz Wellisch, destacou a atuação do MCom em frentes de crédito, mencionando ainda a construção de linhas complementares junto ao BNDES para assegurar condições adequadas à transição tecnológica.
A abrangência dos recursos não é regional e poderá ser usada por emissoras em áreas urbanas e remotas. A etapa inicial deve priorizar as regiões metropolitanas com maior densidade populacional, com estimativas do Fórum do SBTVD apontando um investimento de cerca de R$ 3,85 bilhões para atender as principais metrópoles. O financiamento de até US$ 500 milhões pretende cobrir a fase inicial, com alcance estimado em torno de 15% da população brasileira.
Segundo o governo, a TV 3.0 é a maior evolução da televisão aberta desde a digitalização, integrando radiodifusão e internet em um ambiente de aplicativos. A implantação será gradual, começando pelas grandes capitais, e prevê recursos como conteúdo ao vivo e sob demanda, serviços públicos digitais, transmissões em 4K e 8K, HDR, som imersivo e maior acessibilidade.