A ABINC informou que dois padrões ISO voltados à IoT, já traduzidos e adaptados ao contexto brasileiro, devem ser finalizados e publicados ainda em 2025. Além disso, está em desenvolvimento uma norma específica de segurança em IoT, com previsão para 2026. Paralelamente, o Brasil consolida-se como hub nacional de data spaces, em parceria com Gaia-X e IDSA, abrindo caminho para um ecossistema de compartilhamento e monetização de dados.
Paulo Spacca, presidente da ABINC, destacou que a adaptação envolve cooperação com a ABNT e reflete a necessidade de padronizar tecnologias e processos já presentes em setores estratégicos como indústria, saúde, agronegócio e cidades inteligentes.
As normas ISO traduzidas foram ‘tropicalizadas’, incorporando especificidades de infraestrutura, maturidade tecnológica, legislação e modelos de operação adotados no país. A ABINC estima que a futura norma de segurança (2026) aborde proteção de dispositivos em ambientes críticos, gerenciamento de vulnerabilidades, arquitetura resiliente e monitoramento contínuo, reforçando a defesa contra ataques cibernéticos.
A ABINC organiza-se por seis comitês verticais — Agronegócio, Automobilidade, Cidades Inteligentes, Saúde, Manufatura e Utilities (água, energia, gás e saneamento) — apoiados por três eixos transversais: segurança, conectividade e IA e dados. O objetivo é assegurar que os padrões discutidos sejam aplicáveis a múltiplos setores, promovendo o alinhamento nacional.
Outra frente que deve ganhar destaque em 2025 é o desenvolvimento de normas relacionadas a gêmeos digitais; a ABINC planeja criar um comitê exclusivo para definir padrões e diretrizes para esse campo.
Além da normalização, a ABINC coordena o hub brasileiro de data spaces, ligado ao ecossistema Gaia-X europeu e ao IDSA. O objetivo é permitir o compartilhamento seguro de dados, com governança, privacidade e regras de uso claras. A assinatura do acordo entre ABINC e Gaia-X, concluída em 28 de outubro de 2025, posiciona o Brasil como polo de integração latino-americano nessa arquitetura de dados distribuídos.
Em um momento em que países disputam protagonismo no cenário digital, padronização, segurança e governança de dados são pilares para atrair investimentos e estruturar cadeias produtivas conectadas. Para executivos de TI, o recado é claro: o futuro da IoT e da economia digital brasileira dependerá de interoperabilidade, confiança e colaboração entre setores, não de soluções isoladas.