Relatório Fraud and Abuse Report 2025 da Akamai revela que a atividade de bots alimentados por IA cresceu 300% em apenas um ano. O estudo aponta que a maioria dessas operações envolve data scraping, manipulação de preços e tentativas de fraude, e que bots com IA já representam quase 1% de toda a automação detectada na plataforma da Akamai, equivalendo a bilhões de interações diárias que podem distorcer dados, sobrecarregar sistemas e impactar receitas.
“Os bots com IA conseguem imitar ações legítimas de pessoas, abrindo caminho para fraudes digitais, transações não autorizadas e identidades falsas”, observa Fernando Serto, Field CTO da Akamai Technologies para a América Latina, em tom de alerta sobre o aumento da sofisticação dessas ações.
Na América Latina, entre julho e agosto, foram registradas 948 bilhões de interações de bots, com 697 milhões originadas de bots alimentados por IA. O Brasil lidera o ranking regional, respondendo por 408 milhões de interações, seguido pelo México, com 230 milhões. Colômbia apresentou 32 milhões e Chile, 7,6 milhões.
No recorte setorial, o varejo aparece como o mais impactado, com 468 milhões de detenções de bots com IA, seguido pelos serviços financeiros (83 milhões) e pelo setor público (40 milhões). No varejo, o segmento representa 95% das interações de bots.
Entre os bots mais ativos da região estão GPTBot, ChatGPT-User, Meta-ExternalAgent, ClaudeBot e OAI-SearchBot. Os agentes automatizados costumam facilitar fraudes ao automatizar login com credenciais roubadas, testar números de cartão de crédito obtidos ilegalmente e criar identidades falsas, além de prejudicar tráfego legítimo e comprometer processos críticos.
“A inteligência artificial transformou o cibercrime em um serviço”, alerta Serto. O relatório reforça que atividades que antes exigiam alto conhecimento técnico agora podem ser executadas em minutos, aumentando a escala e a velocidade dos ataques e reduzindo erros humanos que ajudavam na detecção de fraudes.