A Black Friday impõe picos de tráfego, pressão por descontos e a necessidade de disponibilidade constante. Com isso, surgem vulnerabilidades que podem levar a vazamentos, golpes de pagamento e tentativas de tomada de contas. O público do Itshow – formado por líderes de TI, equipes de e-commerce e profissionais de segurança – exige proteção sem atrito que impeça a conclusão da compra.
Vetor de risco acelerado: ataques de credential stuffing exploram senhas vazadas, bots de scalping drenam estoques e golpes de pagamento crescem com cartões testados em massa e tentativas via PIX com QR falsos. Phishing e engenharia social também miram credenciais de clientes e equipes, elevando o risco de indisponibilidade, chargebacks e danos à reputação.
Base técnica para o pico Antes do pico de vendas, é recomendável realizar testes de carga e estresse, revisar o auto scaling e simular falhas. Serviços críticos devem operar com observabilidade em tempo real e runbooks prontos para resposta. Bordas de aplicação precisam de WAF com regras atualizadas, rate limiting e gerência de bots para filtrar tráfego automatizado; no front-end, aplica-se CSP, integridade de recursos (SRI) e políticas de cookies SameSite e HttpOnly. Em aplicações, RASP e verificação de dependências ajudam a mitigar falhas que escapam do code review.
Pagamentos e antifraude sem atrito O motor de risco precisa equilibrar aprovação com proteção. Implementar 3-D Secure 2.0 de forma adaptativa permite isentar transações de baixo risco e aumentar a fricção quando necessário. Combina-se fingerprint de dispositivo, reputação de IP e análise comportamental para identificar padrões anômalos. No PIX, validar provedores, checar payloads e aplicar bloqueios temporários a variações bruscas de valor; ajustar thresholds de cupons, cashback e reembolsos em tempo real e manter a conformidade com PCI DSS.
Proteção de contas e credenciais Reforce MFA adaptativo (preferencialmente passkeys ou OTP por aplicativo) e implemente passwordless para colaboradores com acesso a ofertas e catálogo. A detecção de account takeover deve somar sinais como mudanças súbitas de endereço, uso de vários cartões em minutos e padrões de navegação incompatíveis. Bloqueie criação em massa de contas por bots com proof-of-work leve e CAPTCHAs invisíveis, e envie notificações proativas de logins novos para alerta imediato do usuário.
Estoque, catálogo e precificação Bots de scalping e scrapers podem prejudicar disponibilidade e margem. Aplique honey rules para identificar automação maliciosa, limite consultas de estoque por sessão e ative circuit breakers para preços fora de faixa. Realize auditorias de regras promocionais para evitar erros como descontos não previstos e possa versionar o catálogo para reversões rápidas. A logística e o OMS devem disparar alertas quando pedidos ultrapassarem padrões por CEP, SKU ou método de entrega.
Dados, privacidade e o pós-evento A proteção de dados sustenta a confiança do cliente. Minimize a coleta, aplique mascaramento e tenha playbooks de notificação de incidentes. No pós-evento, conduza um post-mortem com visão técnica e comercial: taxas de aprovação por adquirente, funil com e sem MFA, bloqueios por bots e impacto na conversão. Recalibre os modelos de risco com os dados da temporada e atualize listas negativas/positivas de clientes e dispositivos.